26 setembro 2007

Só para fumantes


Só para fumantes
Julio Ramón Ribeyro
Seleção, tradução e posfácio: Laura Janina Hosiasson
Prólogo: Alfredo Bryce Echenique
Brochura
304 páginas; 0,33 kg;
ISBN 978-85-7503-582-5
Publicação: ago. 2007
R$ 45,00

Este é o primeiro livro do peruano Julio Ramón Ribeyro (1929-1994) publicado no Brasil. Os oito contos que o compõe foram escolhidos por Laura Janina Hosiasson - que também é responsável pela tradução e pelo posfácio da edição - e são representativos de diferentes momentos da produção do autor; do seu primeiro livro Los gallinazos sin plumas (Urubus sem plumas), de 1955, até Relatos santacrucinos, de 1992.
Freqüentemente mencionado como o maior contista peruano, Ribeyro, um autor ainda a ser descoberto pela maioria dos leitores brasileiros, vai da narrativa breve e concisa, em que recupera casos familiares de tios e tias da classe média limenha, a contos que estão na fronteira com a novela, como o que dá título ao volume. Nele, o autor percorre a história de sua vida, dividindo-a conforme a marca de cigarro que fumava em cada época - sua paixão pelo tabaco acabou contribuindo para sua morte ocorrida em 1994, dias depois de receber o Prêmio Juan Rulfo pelo conjunto da obra. Pode-se encontrar, ainda, narrativas de cunho social que descrevem a vida nas periferias da América Latina.
Este é o terceiro volume da coleção Prosa do Observatório que reúne textos e ensaios fundamentais de autores hispano-americanos e brasileiros.

O cavalo perdido e outras histórias


O cavalo perdido e outras históriasFelisberto Hernández
Seleção, tradução e posfácio: Davi Arrigucci Jr.
Prólogo: Julio Cortazar
Brochura
232 páginas; 5 ilustrações;
13 x 19 cm; 0,25 kg;
ISBN 85-7503-522-3
Publicação: jul. 2006
R$ 45,00

Oito contos inéditos do uruguaio Felisberto Hernández (1902-1964), autor cultuado por Julio Cortázar, Italo Calvino e Juan Jose Saer, que finalmente chegam ao Brasil, mais de quarenta anos depois de sua morte. Uma verdadeira novidade literária no país.
O narrador dos livros de Felisberto em geral é pianista ou escritor - apenas um dos pontos em comum com a vida do autor -, circula por espaços úmidos e decadentes, povoados por personagens extravagantes. Não raro, sensualidade e humor invadem os ambientes e personagens de maneira difusa e desconcertante. A estranheza das situações e da própria maneira de narrar é estruturada em longos fluxos de consciência, que nem sempre parecem ter rumo certo, em imagens que ora evocam o surrealismo, ora o realismo fantástico.
Um autor que recusa rótulos, segundo o tradutor do livro Davi Arrigucci Jr.

A invenção de Morel



A invenção de Morel
Adolfo Bioy Casares
Tradução: Samuel Titan Jr.
Prólogo: Jorge Luis Borges
Posfácio: Otto Maria Carpeaux
Brochura
136 páginas; 1 ilustrações;
13 x 19 cm; 0,16 kg;
ISBN 85-7503-479-0
Publicação: mar. 2006
R$ 39,00

O primeiro título da coleção Prosa do Observatório - coordenada pelo escritor e crítico Davi Arrigucci Jr. - resgata um livro cultuado pela crítica internacional, figurando freqüentemente em listas dos "cem volumes fundamentais da literatura universal". O livro celebrizou o argentino Adolfo Bioy Casares (1914-99), cuja escrita foi intensamente admirada por seus compatriotas e contemporâneos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges, que afirma no prólogo do romance: "Discuti com o autor os pormenores da trama e a reli; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole qualificá-la de perfeita".
Na trama, que serviu como argumento para diversos filmes, o leitor acompanha a trajetória de um homem que, condenado por motivos políticos, foge para uma ilha deserta do Pacífico conhecida por ser foco de uma epidemia letal. Lá encontra máquinas misteriosas e um grupo de turistas, que se diverte sem tomar conhecimento de sua presença. O refugiado apaixona-se por uma das mulheres do grupo e então descobre Morel, inventor de uma máquina de imagens que reproduz realidades passadas.
Autor de vasta obra, Bioy Casares recebeu prêmios internacionais como a Légion d'Honneur da França (1981) e o Prêmio Cervantes (91). Dele, esta editora irá publicar Histórias fantásticas e Diário da guerra do porco.

O passado


O passado
Alan Pauls
Tradução: Josely Vianna Baptista
Capa dura
480 páginas; 15,5 x 23 cm; 0,79 kg;
ISBN 978-85-7503-594-8
Publicação: mai. 2007
R$ 55,00

O fim do amor é o tema deste romance do argentino Alan Pauls (1959), "um dos melhores escritores latino-americanos vivos", nas palavras de outro autor latino-americano, o chileno Roberto Bolaño (1953-2003).
Depois de doze anos de casamento, Rímini e Sofía têm de encarar a separação e aprender a lidar com o que ficou para trás. O que fazer com as centenas de fotos - momentos congelados, mas ainda pulsantes, de uma história viva - que jazem em duas grandes caixas de papelão? Mas o passado não passa e torna-se um pesadelo, um incômodo, uma aflição.
Os diversos filmes evocados no livro, como Rocco e seus irmãos, de Luchino Visconti, e A história de Adèle H, de François Truffaut, inspiraram o projeto gráfico que por meio de fotografias de cenas e objetos nos remete às lembranças do casal protagonista.
Para o escritor Reinaldo Moraes, autor da quarta capa do livro, a prosa de Pauls que faz "o tempo recuar ou se dispersar em outras dimensões, numa operação ao mesmo tempo lúdica e rigorosa, lembra um Proust que tivesse lido Cortázar".
Em 2003, a obra recebeu o prestigioso prêmio Herralde, concedido para livros de ficção em língua espanhola e, no final de 2007, o cineasta Hector Babenco deve lançar filme homônimo baseado no livro.

Histórias fantásticas


Histórias fantásticas
Adolfo Bioy Casares
Tradução: José Geraldo Couto
Capa dura
304 páginas; 7 ilustrações;
16 x 23 cm; 0,54 kg;
ISBN 85-7503-551-7
Publicação: set. 2006
R$ 46,00


O livro reúne catorze contos do escritor argentino Bioy Casares, publicados entre 1948 e 1969. O volume abre a série da Cosac Naify especialmente dedicadada às obras do autor.
Essas Histórias Fantásticas são permeadas de um fascínio pela cultura antiga e também por uma perplexidade diante da ciência e do comportamento moderno. Há mistérios que são tramados ao redor de referências a lendas celtas e deuses pagãos, enquanto outros contos incluem seres alienígenas e tecnologias sinistras, capazes, por exemplo, de absorver e perpetuar a alma de um ser vivo. Essas investigações e exercícios de fantasia são marcados por uma erudição que envolve o leitor, sem nunca escorregar para o exibicionismo.
A pesquisa iconográfica enriquece a edição e traz fotos selecionadas no Arquivo Nacional da Argentina e de álbuns de família.
O apêndice do livro traz ainda comentários sobre o autor e um resumo do enredo de cada conto, bem como esclarecimentos pontuais sobre referências culturais e intertextualidade. Há também uma lista das adaptações cinematográficas dos contos e uma boa bibliografia de Bioy. A obra ganhou a tradução cuidadosa e inspirada de José Geraldo Couto.