Alguém viu meus óculos?
Eles ficaram em algum lugar...
Meu olhar está franzido,
Concentrado à procura;
Assim, sem ver direito,
No vago...
Pairando névoas do espaço.
Vejo delírios,
O passado e o futuro –
Só não alcanço o aqui e o agora.
Eu e o momento – um desencontro uno.
O centro, atual; e eu patino nas bordas.
Alguém viu meus óculos?
Em mim os meus olhos,
Minhas lentes lá fora.
Tem alguém aí?
Sylvia Helena Guerra