
Honoré de Balzac nasceu em 1799, filho de um funcionário público. Entre 1820 e 1824 escreveu algumas novelas sob vários pseudônimos, depois das quais tentou, sem sucesso, ser editor, impressor e tipógrafo. Aos 30 anos, endividado, retornou à literatura com fúria dedicada, e nos vinte anos seguintes escreveu cerca de noventa novelas e contos, aos quais deu o título abrangente de A Comédia Humana, tida como a maior obra épica de sua era. Morreu em 1850, aos 51 anos, poucos meses antes de casar-se com Evelina Hanska, condessa polonesa com quem manteve relações amorosas por dezoito anos.
Pai Goriot é considerada novela-chave na obra de Balzac, mas para compreendê-la não é necessário ter lido qualquer outro volume da Comédia.
Imensa fertilidade mental do autor, a amplitude da sua compreensão e a extensão e multiplicidade de seus interesses refletem todos os aspectos e esferas da atividade humana – homens e mulheres que sobreviveram às guerrilhas civis da Revolução Francesa e ao império de Napoleão, numa época de mudanças importantes nas condições sociais e nos valores de todos os tipos.
Balzac queria expor as forças motivadoras que dirigem homens e mulheres ao longo de suas vidas e mostrar como a estrutura social constrange tais forças enquanto é, ela própria, afetada.
Balzac era um gênio, e estava interessado em registrar o entorno das pessoas – a arquitetura de suas casas, móveis, pinturas, a comida e as roupas – não só a fim de determinar seu tempo e espaço, mas porque o entorno seria uma extensão da personalidade e uma força moldadora.
Trata-se de um romance de formação com lances de tragicomédia. A novela se passa na pensão de Madame Vauquer, em Paris, no ano de 1819. Vemos a cidade pelos olhos do ingênuo e ambicioso estudante Eugéne de Rastignac, hóspede da pensão.

Os outros hóspedes são tipos humanos descritos como desprezíveis, com exceção do vilão Vautrin, personagem brilhante e a própria encarnação da força do mal, que tenta o jovem Eugéne com suas teorias rousseaunianas. Não consegue fazer de Eugéne seu discípulo, porém o influencia fortemente.
Acompanhamos o desdobramento gradual da personalidade de Eugéne em seu primeiro ano em Paris, e somos levados a cenários tão díspares quanto quartos e becos miseráveis, mansões e bailes de gala.
Pai Goriot é típica em sua maravilhosa vitalidade e perspicácia, e seu profundo tratamento de duas obsessões tão humanas e ardentes: dinheiro e amor.
por Ju Almeida
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