17 julho 2006

Poste de vapor


Na empolgação do sarau leste europeu, que vai rolar neste domingo, dia 23, 5 da tarde, aí vai um trecho pra lá de saboroso do livro Poste de vapor, de Ferenc Molnár, que também escreveu Meninos da rua Paulo.
Primeiramente vale contextualizar: Molnár é de origem húngara, e nesta obra faz um lindo trabalho de metalinguagem. Extraí este trecho da parte em que ele explica de onde tirou a história de poste a vapor. Este pedacinho é o começo da descrição do personagem, e tem como em quase toda literatura do leste europeu a marca da ironia, do cômico, embora muitas vezes densa.
"Na ilha, ele tinha um único amigo de verdade: o farmacêutico. Esta frase requer duas explicações: 1) como se conheceram, e 2)como passaram a gostar um do outro.
Foi assim:
1. Na ilha, no verão, havia muitas aves canoras, mas rouxinol, apenas um: o farmacêutico. O farmacêutico antecipara em décadas o penteado da juventude fascista. Desejaria pentear os cabelos loiros até o céu, e quase conseguira, tal a altura a que havia chegado a cabeleira vaidosa da juventude..."

Poste de vapor
Ferenc Molnár
Cosac Naify
83 páginas
R$ 29,00
Entrega gratuita para o centro expandido de São Paulo.